Nutrigenética

A nutrigenética é a ciência que estuda a forma como determinados químicos presentes nos alimentos alteram a regulação dos genes e como variações em certos genes podem levar a uma relação problemática entre genes e nutrientes, chegando mesmo culminar em doença. Tenta encontrar justificação para situações pontuais como, por exemplo, pessoas com uma elevada ingestão energética mas que nunca engordam ou mesmo o porquê de determinadas pessoas terem uma maior tendência para desenvolver certas patologias, como doença cardíaca ou cancro.

A nutrigenética é uma ciência relativamente recente e com um grande potencial mas que carece de resultados práticos comprovados. No entanto há várias empresas que comercializam "testes genéticos". Estes testes podem-se encontrar à venda em clínicas privadas, na internet, e nos Estados Unidos até em supermercados, por um preço que vai dos 100 aos 1000 euros.Embora exista uma grande oferta e variedade de testes as bases são quase sempre as mesmas. São conhecidos actualmente alguns genes que estão ligados ao aumento do risco de determinadas patologias. Os "testes genéticos" analisam uma mão cheia desses genes para identificar qual a variante que a pessoa é portadora. Se a variante encontrada for a "variante má" a empresa fornece conselhos tanto a nível nutricional (alimentos a ingerir, alimentos a evitar e recomendação de complexos multivitamínicos) como relativamente ao estilo de vida, de forma a combater as falhas genéticas, que podem estar relacionadas com o coração, ossos, presença de antioxidantes, sensibilidade à insulina e defesas imunológicas. Quem quiser realizar um destes testes terá de se submeter a uma simples recolha de saliva.

Embora pareçam tentadores, os "testes genéticos" têm sido alvo de numerosas críticas, nomeadamente da comissão de genética do Reino Unido e do departamento de fiscalização dos EUA. Ambos acusam as empresas que comercializam os testes de enganarem os consumidores fazendo previsões que não estão medicamente provadas e ao mesmo tempo muito ambíguas. Segundo estas entidades, mesmo que determinada pessoa transporte uma "variante má" de um dado gene, só uma pequena percentagem vai chegar a desenvolver a doença. E, por outro lado, estes testes podem transformar a vida das pessoas num inferno se as notícias forem más e levar ao desleixo dos que se fiam nos bons resultados.